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Griselda

"Holofotes fortes, purpurina

E o sorriso dessas mina só me lembra cocaína

Em cinco abrem-se as cortinas

Estáticas retinas brilham, garoa fina

Que fita"


Emicida


Maratonar séries. Taí uma expressão perfeitamente identificada com a modernidade ( #seriesaddict ) . Griselda é uma série da Netflix que fala sobre adicção. Mas não a séries: à drogas. Mais; fala sobre tráfico. Griselda Blanco é casada com um traficante colombiano, com quem tem 3 filhos. Por problemas de roubo de carga de drogas na fronteira americana, ela precisa submeter-se à uma atitude degradante. O que acaba gerando um grave conflito entre ela e o marido, ao final do qual ela foge para Miami, junto com seus filhos.

Miami

Em Miami, gradualmente, Griselda constrói um verdadeiro império. A série é baseada em fatos reais. Algumas coisas chamam a atenção: a reconstituição da época é formidável, tanto do ponto de vista de figurinos, locações, trilha sonora, ambientação. Griselda é uma assassina fria e racional. Nada a impede quando quer alcançar seus objetivos: mandar matar, corromper, prostituir, drogar. Mas a série tem uma construção muito sagaz: o espectador (pelo menos eu) torce por Griselda. Ela é inteligente, determinada, estratégica. Luta por seus filhos como uma leoa. A família, no meio de tanta contravenção, é o bem maior, a ser protegido de todas as formas.

Os cartéis colombianos chegam a Miami

A série desenha a história da entrada dos cartéis colombianos de tráfico de cocaína nos EUA, a partir de Miami, na década de 1970. A violência brutal. A movimentação bilionária de dinheiro. A formação das gangues e as brigas entre os cartéis. As pessoas consomem muita droga ao longo dos capítulos - e o consumo, no tráfico, é a morte: ninguém mantém a frieza e a racionalidade usando drogas. A insanidade vai se intensificando cada vez mais. Griselda começa a fumar crack. Uma amiga tem uma overdose. O inferno das drogas não está só do lado de quem compra - está no lado de quem vende também. Perda da dignidade, humilhação, violência, sofrimento. Sempre se fala, nas irmandades de auto-ajuda: a adicção tem só 3 pontos finais - os 3 Cs: Cadeia, Clínica e Caixão. O tráfico, por caminhos mais tortuosos, parece terminar somente em dois lugares: cadeia e caixão.


Adictos gostam de contravenção. Esta série é um prato cheio. Cuidado! Contém gatilhos - aos montes, reais e imaginários. Mas dá para tirar muitas lições. Uma delas: usar drogas - e vender drogas - é roubada.



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