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Foto do escritorJosé Lurker

Maconha

Atualizado: 20 de mai.

As opiniões sobre a maconha são as mais díspares possíveis. Na verdade, profissionais, leigos, usuários e cidadãos opinam. Até que ponto as opiniões refletem a realidade, é difícil afirmar. Alguns acreditam que ela é, seguramente, o começo para o caminho obscuro das drogas. Outros acham que ela não traz problema nenhum, na medida em que se trata de um produto natural, e que por isso seu consumo não traria maiores consequências. Outros a demonizam, acreditando que a maconha é uma das responsáveis pela decadência da sociedade ocidental. Algumas coisas a ciência já explicou, como a existência de uma síndrome de dependência à maconha, que pode levar à dificuldades cognitivas e à síndrome amotivacional . Vários estudos mostram que o uso de cannabis, particularmente na adolescência, em indivíduos vulneráveis, pode contribuir para uma maior frequência de distúrbios psicóticos - mesmo o desencadeamento de quadros esquizofrênicos. A maconha - que tem 2 espécies (a cannabis sativa e a cannabis indica), é usada pela humanidade desde tempos imemoriais. E na sociedade contemporânea ela voltou a fazer parte de discussões de ordem política e jurídica, no que tange à legalização do seu uso recreativo, como em Portugal, Holanda, Uruguai e vários estados americanos. Embora ainda não se tenha uma avaliação clara do impacto social da liberalização, alguns estudos apontam para um aumento do consumo de cannabis e da criminalidade. Nesta seara também existe uma apaixonada polaridade entre aqueles que são contrários à liberalização e os que são favoráveis. Um ponto que hoje é bastante discutido é o uso medicinal da maconha, através da utilização das substâncias ativas da planta, a saber, o Canabidiol e Tetrahidrocanabinol (THC). Existe muita controvérsia no uso das substâncias no mundo real - onde seus defensores sugerem sua utilidade em uma ampla gama de patologias e aqueles que são mais cautelosos, buscam evidências mais claras de sua real utilidade clínica. Eu fumei muita maconha , na juventude e no início da idade adulta. Na minha opinião, a dependência é real, existe uma modificação na maneira de perceber o mundo e interagir com ele, enfim, uma visão alterada da realidade. Para alguns pode ser bom. Eu, como dependente químico, acho que perdi muito tempo fumando maconha. A falta de concentração, a leseira,o cansaço, a sonolência. Bem, creio que eu estaria melhor se estivesse sóbrio. Mas esta é apenas a minha opinião. Com relação à maconha medicinal, vejo possibilidades, como também vejo conflitos de interesse em um mercado bilionário e olho com certo ceticismo sua defesa apaixonada. A ciência avança devagar, felizmente. Vamos aguardar para que os benefícios olausíveis dos canabinóides possam ser esclarecidos e que sejam acessíveis aqueles que deles necessitam.

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