Li este livro em minha juventude. Foi escrito por Christiane Rochefort e considerado sua obra prima. Trata-se da história de Geneviéve e Renaud. Geneviéve é uma jovem e idealista estudante de medicina que, em uma viagem para o interior da França, para tratar de questões relacionadas à uma herança, acaba por travar conhecimento, em circunstância trágicas, com Renaud, um homem intenso, atormentado, inteligente e arrogante. Ela o salva do suicídio. Geneviéve acaba sucumbindo à uma paixão avassaladora por Renaud. Ele, porém, tem um grave problema: é um alcoólatra pesado. Na medida em que seu envolvimento progride, o casal vai se destruindo gradualmente. Num turbilhão de emoções, sexo e embriaguez, Geneviéve, vai aos pouco desligando-se de seu mundo, seguro e correto, e mergulha no mundo devastador e obscuro do álcool. O livro foi objeto de um filme de 1964, estrelado por Brigitte Bardot e dirigido por Roger Vadim. Uma questão interessante e de ordem pessoal, é que este livro, junto com outros que eram muito valorizados na época de minha juventude - os "escritores malditos", provavelmente fizeram parte do caldeirão cultural em que se assentaram as origens de minha adicção. Considerando que este movimento histórico da literatura tem seu valor, o glamour que exerceu sobre gerações possivelmente possa ser uma das raízes da adicção de muitas pessoas. Não creio que tais livros devam ser proibidos, afinal a arte nutre-se da liberdade de expressão. Mas hoje, com um olhar mais crítico, acredito que, mais do que referências para a vida, estas obras devem servir de advertência ao potencial de danos associado ao uso abusivo de álcool e drogas.
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